A evocação do passado é sempre uma tarefa do presente. O passado é uma fonte onde vamos buscar não apenas recordações, mas também explicações para o que está passando aqui e agora. Às vezes na preteridade achamos inspiração para inventar o futuro.
Com esta breve introdução deixamos o convite a todos e todas que queiram contribuir à elaboração desta memória coletiva da antiga vila de Itaguari (Ponta de Pedras), na ilha do Marajó. A moderna tecnologia de comunicação eletrônica permite diversas ferramentas com as quais se pode buscar no passado distante as informações para realizar uma autêntica arqueologia virtual.
Belém, sexta-feira - 1° de junho de 2012
À Minha Terra
Dá-me aquela luz
Para iluminar minhas
saudades.
Não te demores a levantar
Oh! Sol.
Aquece a terra encharcada
Das margens dos igarapés
da minha aldeia que repousa
Na paz tranquila dos campos
De Mangabeiras, onde repicam
Os sinos da velha igreja
Na novena dos Santos,
E das matas retornam os ecos
Como carrilhões em cânticos
Divinos.
Chove nas várzeas,
Flores aquáticas exalam
Perfumes suaves no balanço
Da correnteza que desce
Das cabeceiras dos rios
No murmúrio das águas.
Meu Deus,
Purifica a fonte,
A nascente do rio
Que banha minha terra
Tão pobre tão bela,
Que dorme no silêncio
Do manto da Santa padroeira.
Desperta Ponta de Pedras,
O sol já rompe a madrugada,
Pondo em minhas mãos
E em meus olhos, rutilantes raios
Para iluminar minhas saudades.
Bernardes Santos
(Bernardino Ferreira dos Santos Filho,
autor do livro de memórias
"Nas margens do Marajó-Açu".
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